sábado, outubro 31, 2015

Caio Fernando Abreu - Pequenas Epifanias


Dois ou três almoços, uns silêncios.

Fragmentos disso que chamamos de “minha vida”. Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus — enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro. Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos. Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mau me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas. Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector — “Tentação” — na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível.” Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele para. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece. De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito joias encravadas no dia a dia. Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria. Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

O Estado de S. Paulo, 22/4/1986



domingo, outubro 18, 2015

Sobre esse outubro.

Já fazia tanto, que deixou de ser vivo. Ao tomar forma outra vez, temo, respeito e arrisco. É como o que almejo e por isso, confunde com projeção. Agradecida, deixo durar como vidas o que dura instantes. As batidas do surdo do meu coração voltam a fazer pulsar. Respiro fundo. Me sinto grata.

terça-feira, agosto 25, 2015

Casa de Marimbondo

Quando eu falo de você e não deixo meus olhos explicarem 
é porque sinto a necessidade de parecer um conto.
Ao tocar suas músicas, todas elas, e perceber meus parágrafos 
eu falho e canso.
Desisto por própria vergonha de expor meu canto que, 
por todos os ângulos, me parece pranto.
Se eu sonho e não conto é porque meus enganos 
me tiram os panos que cobrem meus planos de anos.
Quando lembro e sorrio é meu martírio e, mesmo sabendo, 
de frente pro rio eu engano a maré que sou eu.
Então vago na luz mais escura que ilumina as ruas e não se chama luar.
Ao dia caminho em corrida numa maratona vazia contra meu próprio pensar.
Se vacilo, me ponho raízes que ficam expostas pro meu próprio penar.
Os meus medos são meus preconceitos. Eu não posso ter zelo pelo que me tira o ar.
Invisível é bem o que sinto. Quando poem eu tiro só pra não reprisar.
Já faz tempo e com relógios lentos eu me atraso na hora de te acertar.
Se esqueço é só um barato. Eu te deixo de lado pra poder me centralizar.

O meu foco há dias é faca que me fura e me rasga pra me deixa vazar.
Quando eu encho eu não transbordo porque essa palavra é sinônimo de amar.
Quando encho, eu encho do vazio que eu não crio mas venho alimentar.

quinta-feira, março 20, 2014

À Razão.

Hoje bateu saudades. E nem faz tanto tempo, mas eu andei tão bem que parecia ser este o meu estado. Mas hoje eu senti saudade de tudo que não fizemos, saudade de todas as promessas não cumpridas, saudade de todos os planos distantes e saudade de nós. Não é uma necessidade de retorno, mas uma certeza de que agora eu tenho a força que não tivemos antes e por isso, findou. Hoje sei das minhas ideias, minhas vontades, meus quereres. Vivi dias intensos, os quais respirei um ar que a muito tempo não ventava por aqui e que agora venta e faz das coisas, coisas mais frescas. Não estou pior, estou melhor. Apenas queria estar melhor e junto. O separar e estar longe não significa para mim o mesmo que para tantos outros. Eu não aguardo o eterno nem o que não vem. E não virá. A distância pode ser sua melhor aliada ou sua pior inimiga, e confesso que agora, certamente, só me faz ter medo do que vejo chegar: A saudade; E sabemos que a saudade é a lembrança do que não virá. Porque se fosse vir, seria tormento, ansiedade, angustia ou qualquer outro sentimento que brota quando temos certeza de um bom final. Mas a saudade é apenas o Pós Fim de alguma coisa. E antes dessa 'saudade' chegar, queria registrar, mesmo que longe dos teus olhos, que eu não queria. Não queria esquecer, não queria deixar pra la, não queria desistir nem me cansar. Só que acontece que a vida da voltas e o que acontece aqui agora parece tão batido para mim, que vejo tudo acontecer e passar, e passar, e passar. Mas seria muito ego meu achar que eu poderia enganar a vida. Enganar os ciclos. Então, chego ao fim do meu texto nada poético que é apenas meu desabafo. Eu deixo ir, e ir, e ir, e choro de felicidade de te ver crescer, mesmo que pra longe desse bosque inteiro que eu tentei construir para você.

quinta-feira, setembro 19, 2013

o que sinto.

O amor, pra mim, é o incalculável.
Não se pode prever sensações, nem ações, nem palavras.
O amor é a confiança e o medo de mãos dadas.
O exagero e a calmaria.
O ar e a falta dele.
As pessoas tentam adestrá-lo, mas pra mim,
o amor deve ser solto, escandaloso e fora de moda.
Não consigo comprimir em um só movimento, em uma só palavra bonita.
O amor não vai embora quando você manda.
Porque se for amor, você não manda embora.
Quando eu sinto o amor, eu me sinto viva.
Alguns preferem amor próprio. Eu respiro amor ao próximo.
Não havia nome melhor para chamar-te, senão Amor.

segunda-feira, julho 15, 2013

Eu Gosto muito de títulos bem pequenos com uma só palavra.

Eu vivo numa busca interminável do desconhecido.
Gosto, como sabes, de tudo que é antigo e que já conheço tanto à ponto de decorar e saltear, mas eu vivo o desconhecido.
Me agradam cores, flores e amores.
Flores nem tanto assim. Elas me remetem morte.
Mas fujo com toda pressa do que me molda. Não suporto moldes.
Já basta ter dois braços, dois olhos, uma boca.
Me deram o resto para eu criar, então não me formatem.


sexta-feira, maio 10, 2013

Dês - à. Fio =

De certo eu não vim para brincadeiras. O que me faz permanecer é justamente a força que mantenho ou que procuro. Esta procura, por si só me mantém. A força que eu busco é minha maior aliada para não cair em nenhuma porrada que tomo por aí. Não é que eu seja forte, mas a minha crença de força é maior do que tudo isso. Por isso vivo.
Eu ouço absurdos, vejo maldades, sinto coisas péssimas e mesmo assim, tento entender. Escorrego em pessoas, caio no inferno e subo pendurada nas asas que Deus deu há alguma cobra.
Volto, não reajo, não me embalo no perigo, é que eu ando cansada de cordas bambas.
Quando nasci, deram o veredito: 'Terás que ser forte, nada mais.' E desde então, me ponho no meu lugar. Não me regam com amores, não me transbordam carinho, não me enchem de sucesso nem tampouco de dinheiro, mas desde o início, me deram três presentes. Era uma caixa cheia de força e as outras duas vazias, para que com a primeira eu já aprendesse a suportar a vida.
O mundo me exige atos heroicos para sobreviver e estes atos se resumem, muitas vezes a pensamentos, ideias que crio e levo por algumas vias.
E eu posso um dia, não suportar o peso, mas perderei dando os parabéns a quem me derrubar.


quinta-feira, março 21, 2013

In cena.

Eu só quero que você saiba de uma vez por todas que nunca foi você e eu.
Eu quero que você não tenha duvidas que, pra mim, sempre fomos nós e ponto.
O que me enforca agora 
é a corda que você fez questão de apertar em meu pescoço sem nem vendar os olhos. 
Nem os meus, nem os teus.
O que me cala agora não é a falta de ar, - eu seria capaz de vence-la - 
mas o seu silêncio, o seu silêncio me definha.


segunda-feira, março 18, 2013

pra evitar a fad i . g )

É engraçado como são as coisas né...
- falar cansa
- escrever cansa
- e até fazer textos poéticos, em algum momento, cansa também.
As pessoas não tem essa facilidade de fazer o que lhes foi concedido como 'diferente'. O tal dom da comunicação... E ainda digo mais: 
eu mesma, que dissertaria sobre isso, também já me cansei!

segunda-feira, novembro 12, 2012

Sopro.


Eu, neste caso, sou tão fraca que não consigo soltar o que me atinge 
e então permaneço quieta, esperando a inércia resolver. 
É que me pega tão forte que não existe gana nem mesmo de resolver. 
Dói tanto que não existe otimismo para mudar, apenas força para aguentar. 
É suicida.

Eu tento escrever, já que as palavras sempre foram o meu deus que me trazia clareza e respostas, entretanto não posso e não me disponho a este assunto. Eu encontrei o meu ponto fraco no mesmo momento que o senti. 
E doeu.

Certas coisas são tão imensas e pesadas que não é possível qualquer tipo de explicação ao próximo. São pedaços de vida, lugares do corpo, cenas revistas que a alma sonha esquecer... 
Os seres humanos tem alguns segredos que guardam só mesmo pra si.

Alguns sabem disso.
Outros ainda viverão.

quarta-feira, outubro 31, 2012

Minhas poéticas refletidas.

"Eu me encontro na mesma que se encontra o pintor diante da tela.
No sentimento do músico de frente à seu instrumento.
Na mesma posição do dançarino escutando a música.
Me encontro parada. Sem pintar, sem tocar, sem dançar.
Mas não por isso,
sem observar e aproveitar tudo que me é posto a frente.
Submersa num líquido que me engole inteira
e tantas vezes mais do que o que sempre me foi visto como visceral.
Produzir não é tão simples para quem ama.
Não há tinta, não há melodia nem tampouco movimento
que se iguale a perfeição do que é o amor."

quarta-feira, outubro 17, 2012

Ser - "viva"

Eu vivo num mundo onde minha forma de amar não deve ser pública.
Num mundo que me colocou câmeras para monitoramento ao vivo.
E mesmo assim eu vivo.

Não me venha com pequenices.

terça-feira, outubro 16, 2012

Em relação a tudo.

Na busca de novas imagens, novos ventos, novos horários
Enfrentei equilibrios, raciocínios lógicos e tanto mais.
Hoje, eu vejo, me encontro distante do que imaginei
Mas sei que mais perto de tudo o que quis para mim.




segunda-feira, outubro 01, 2012

La Luna.

A Lua, essa noite, fazendo papel de Sol que ilumina essa espaço todo é o que me para e me faz querer ficar. Nenhum movimento. Só fixar meus olhos, que é tudo que tenho de melhor para admirá-la, sem desfocar. Ficar parada, dentro da Lua. No clarão que vem com o frio, mas que quase esquenta...

gra
       da
          ti
     va
mente.

É como se Ela me entendesse com seu brilho trazendo respostas ou não, sorrisos ou quaisquer outros tipos de intenções. Como se eu gritasse com os olhos e Ela entendesse de lá. Como se eu chorasse com os olhos e Ela sentisse de lá. Um desabafo de olhos e brilhos de olofote.
Olhos de cá, Olofotes de lá.
Brilhos que brincam de cá e de lá.

segunda-feira, setembro 24, 2012

.de todos os tempos.

Assim como existem casos que não tem data para um fim 
porque apenas são, mesmo que tudo aconteça,
existem casos que não tem esforços para um começo
e quando começa já é o que supre todo o necessário.
Parecia que era assim mesmo. Total relação entre amor e dor.
Eis que vem o mundo e se volta contra o esperado e a seu favor.
Mostra todo esse pedaço de vida que nunca nem foi crível.
As coisas apenas acontecem de acordo com a direção do vento.
E essa palavra amor, que só me surpreende 
com seus significados vividos em mim.

sexta-feira, agosto 10, 2012

-.-

E desde então ficou decidido que não precisava mais buscar explicações.
Se Faz Sentir, Faz Sentido. 
- e ponto final -

segunda-feira, julho 30, 2012

tu.

Eu fui embora. Mas nem avisei nem nada. - E fui. -
Estive num mar de certezas e impulsos e não quis deixar ir embora. 
Logo estes dois momentos tão raros... certezas, impulsos...
E quando, a noite, cantei a música, 
a sua música que fiz mas guardei 
pra quem sabe, quebrar o encanto,
lá estava ela. 
Aquela mesma Coruja que sempre aparece.
Pra me avisar de saudades, pra me trazer proteção.
Eu fui embora, pra nem tão longe, 
...mas te levei comigo.

eu.

É só que não sai nada.
Não to tentando fazer ficar bonito 
nem interessante, ou místico, mágico.
Queria que fosse pra fora. Apenas.
Mas as vezes, por mais que tudo... não sai.

quinta-feira, julho 19, 2012

|====Ô====|

muito sono.
muita fome.
 in con t ro lá  v eis !!!
É que em época de festa, meu carnaval chega com nome de férias
e então,  meu corpo rebelde resolve não suportar.

domingo, julho 15, 2012

dialogando

"Teve uma época que eu parei de fumar.
Fiquei quase o namoro inteiro sem fumar.
Por causa daquela cretina!
E depois, ela veio me dizer que não sentiu nada, não sentiu nada? Mas como assim nao sentiu nada? Antes me dissesse que faltou um pênis, ou sei lá, qualquer outra coisa, agora dizer que não sentiu nada, por favor...
'- Ahh, foi a vodka'
Foi a Vodka?
E ainda me aparece com um filho. Depois de tanto eu dizer que queria determinado nome para o meu filho, ela me aparece com uma criança chamada Miguel. Miguel? Cretina! Será que não tinha outro nome pra dar? Você passa tempos tentando agradar pra terminar desse jeito? Mas enfim, eu sinceramente não gosto nem de lembrar dessa história."

Uma história dita por um Abacaxi e 
escrita por um Maracujá com um toque de Acerola.

just.

Eu sou rodeada por livros. Em todas as partes do meu quarto existem livros meio abertos e meio lidos. Livros meio bons, meio velhos e meio clássicos. Há também uma considerável desorganização em volta destes livros. Encontro sem dificuldade vários insensos, plásticos que reutilizo e os deixo por aí enquanto não há necessidade, maçãs, um despertador que é tão pequeno que parece falso, canetas, canetas, papeis e papeis e roupas em lugares especiais, escolhidos para depósito das 'roupas frequentemente usadas'.
Eu sou um emaranhado de mim, composta por coisas que tenho ao meu redor e que me constroem de acordo com o que é deixado por aqui. Por hora me entendo e desembaraço todo esse nó assumindo-o como meu. Por outras vezes nem entro, observo de longe e espero se ajeitar nem que entre alguem e arrume tudo pra mim. Sem pretenções.Tudo que cabe no meu quarto ja coube em mim ou ainda insiste em estar.

sexta-feira, julho 13, 2012

...

Brasília,  você é pequena demais para nós.

quinta-feira, junho 28, 2012

por hora...

Tem hora que dá vontade de largar toda essa caretice de futuro promissor. Ta em falta no mercado o reconhecimento, e não que eu exija excessos de gratificação, mas as vezes da preguiça de responder quem pouco sabe e mesmo assim fala da sua vida. Daí eu deito na minha cama, olho pro lado e penso: que fuzuê que isso se transformou! Mas sequer tenho vontade de me movimentar, nem  meus dedos. Nada, nada. Até porque minhas pernas estão com dores idosas musculares e etc por culpa dessa semana corrida que eu acabei de passar. E posso garantir que só me deitei agora por preguiça de pensar na minha próxima semana que será muito pior. Só de pensar em terminar algum trabalho pendente eu ja penso em tantos outros que eu poderia ir adiantando desde já e tudo isso é um ciclo sem fim. Responsabilidade é assim: você começa a ter e depois,  qualquer piso seu em falso é o bastante pra se diminuir um tanto quanto. Eu gosto do que faço, eu gosto do que sou e sonho com o que pretendo me tornar, mas porra.... tem hora que essa caretice toda, vai a favor dos meus ideais e contra meu amor próprio.

sábado, junho 23, 2012

f- al.tad.efo.c.o

Já faltava bem pouquinho pra gente dormir. Bem quando os olhos procuram a coberta e também se certificam do horário marcado no despertador. Eu já nem pensava em mais nada até que, só por olhar, passei minha vista por ela... E lá estava, sorrindo pra ninguém ver, de canto de boca, pensando em alguma coisa que, quisera eu saber o nome. Parecia que naquele momento ela não estava ali, com um misto de sentimentos que, por hora, doía imaginar, mas que quando ela reagia de alguma forma pra essa coisa que tanto brilhava em seus olhos, tantas idas e voltas e trocas, acertos e consertos e olhares sem foco algum, parecia que naquele momento ela conseguia juntar todas as peças aos poucos e sorria... deixava escapar essa espécie de reação por si própria. Era a plateia da sua própria vida. Enxergava a vida toda passando ali, justamente na falta de foco que seu olhar tinha conquistado e eu, que por algum acaso, notei tudo isso. Passaram uns instantes, ela suspirou com os olhos fechados e essa coisa parecia difícil também. Tantas coisas deixadas pra trás e que agora ela percebia ali, na sua falta de foco. Eu até pensei em perguntar se estava tudo bem, mas estava tudo bem. As coisas nem sempre são tão simples e nenhuma resposta poderia ter complexidade o bastante para aquele olhar dela. Eu me virei e não falei nada. Acredito que falar seria invadir demais, levando em consideração que ela tinha  percebido que alguém a observava voar por aí, vulcões à dentro. O colchão, pra você ter ideia, dava pequenas tremidinhas a medida que ela tentava controlar suas lágrimas teimosas. Eu fiquei calada. Quase não respirava. Ela estava ali, bem do meu lado e eu sabia que podia abraçar, mas não era hora. Ela estava num abraço que não era meu, mas que fazia todo sentido.

domingo, junho 10, 2012

só por refletir...

Quanto mais você aprende a ser forte,
maiores são os obstáculos.
Quanto mais você abre seus olhos,
mais coisas vai ver.
Não é uma questão de passar de nível e concluir a fase.
É uma questão de subir um degrau
e ver o resto de uma escadaria pela frente.

quarta-feira, junho 06, 2012

Por decreto.

Várias vezes, a noite, eu escuto pessoas gritando. Talvez eu esteja escutando o que antes não percebia, quando era você quem gritava.
Naquelas noites que te devorei, com garfo e faca, não tinha  intenção de marcar seu corpo. Apenas de matar minha fome. Nos dias que escolhi cortar alguns pedaços seus sem avisar, não tinha a intenção de te prejudicar, apenas queria ter algumas partes e pedaços pra mim. Quando bebi seu sangue em taça de cristal, não queria o vinho, mas o sabor. E quando, enquanto dormia, eu roubei seus olhos, não foi para usá-los, mas sim para tê-los.
Ontem, quando saía de casa, te vi. Estava aberta, rasgada, porém diferente de todos estes meses, não sangrava mais e continuava a viver. Ainda que sem todos os pedaços que retirei, chamava a atenção dos outros e conseguia amor, carinho. Ontem, quando saia de casa, te vi e me surpreendi ao ponto de te desejar. Outra vez. Bastava um sinal meu, um aviso... um olhar. Mas não. Não posso chamar meu banquete toda vez que faz fome e então, decidi conter.
Hoje, quando acordei, pude sentir pela primeira vez o amor passando pelos meus poros e circulando com meu sangue, enconstando nas veias e saindo pela ponta dos fios do meu cabelo.  Quando me levantei, me deparei de cara com seus retalhos. Seus olhos me chamaram atenção ali, caídos... Os seus retalhos estão velhos e podres, mas o seus olhos ainda me veem.
Amanhã, quando você sair de casa, a cicatriz vai ser menor do que hoje. Em pouco tempo, ninguém mais vai ver tuas marcas e cortes. Os teus olhos, eu olhei ontem a noite inteira, era amor e hoje eu sei.
Amanhã mesmo, entrego tudo. E dói entregar porque sei que não vai recusar, mas quem sou eu pra falar de dor. Amanhã, na caixa de correios, os teus olhos, o garfo e faca.

Letras Cafonas.

Tem dias que acordo furacão.
Faço tudo furacão. Penso, faço, escuto e respiro.
Penso em nada, faço torto, escuto baixo e respiro... ofegante...
Parece falta de solução e é logo aí que eu te conto que é solução demais pra coisa pouca!
Voz gutural, saindo do peito.
Olheira na cara, falta de foco.
São meus sintomas indiscretos mostrando interferência no meu canal, digo logo, antes que falem que é doença. Essa mania de justificar todo sentimento, toda ação... parei com isso.
Meus momentos de encontro comigo mesma estão longe de ser estes que tento me justificar, por isso mesmo eu não deposito todos os meus créditos nessas pequenas palavras demonstrativas de mim.
Só que as vezes as palavras cansam de dormir e decidem sair pra ver o mundo... As minhas saem fantasiadas de letras.
Letras cafonas que permanecem nas vitrines por poucas semanas.

terça-feira, abril 10, 2012

Pedras no meu caminho.

Existem pedras que são preciosas, mas somente pra você...
Os outros não ligam e não veem preciosidade alguma, é natural...
- Pessoas são como pedras -
Estas pedras bem que gostariam de ser preciosas...
Mas tem gente por aí adorando ser só pedra.

sábado, março 24, 2012

.psicografando.

Essses passos, vagos, mal traçados, são os meus passos, cansados, desviando buracos e matos e retalhos jogados em mim.Essas curvas turvas em luvas malucas que gastei tentando arrumar seu castelo na chuva teimando em desmoronar, são as mesmas curvas inclusas em suas melhores ações mudas que hesito em lembrar. O nosso silêncio eu invento e pretendo em acertos, errar. O meu silêncio eu entendo, por vezes lamento mas opito calar.

domingo, março 04, 2012

"Ah Brasília,
que se não fosse teu céu, eu ia embora.

Sorte a sua...

Sorte a minha..."

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Nós, ditos racionais, somos toscos.

terça-feira, janeiro 24, 2012

... sem mais.

"Se a senhora me visse, cara amiga, no torvelinho das distrações! Meus sentidos estão áridos e secos. Não há um momento em que meu coração sinta alguma plenitude, não há uma única hora feliz. Nada! Nada! É como se estivesse diante de uma caixa de surpresas, com homenzinhos e cavalinhos se movimentando a minha frente, e muitas vezes pergunto a mim mesmo se tudo isso não é ilusão de óptica. Entro no jogo, ou melhor, deixo que me manipulem como uma marionete, as vezes toco na mão de madeira do meu vizinho, e recuo assustado. À noite tomo a decisão de assistir ao nascer do sol, mas não consigo deixar o leito a tempo; durante o dia, proponho-me a sentir a alegria de contemplar o luar, mas afinal, permaneço no meu quarto. Não sei bem por que me levanto de manhã e por que vou deitar à noite. Falta-me o fermento que agitava, movia a minha vida; desapareceu o encantamento que me mantinha desperto a altas horas da noite, que de manhã me despertava o sono."

Trecho do livro do Jovem Werther.

terça-feira, dezembro 13, 2011

Apenas.

E quando começar a contagem regressiva,
quando todos a minha volta estiverem se concentrando
em pedir mais amor, mais paz, menos guerra, mais fé...
estarei de olhos fechados pedindo mais você.

Boas Festas.


quinta-feira, novembro 24, 2011

Um presente pra você.

Creio que nunca escrevi para alguém coisas como as de hoje, 
Mas não por isso, se torna menos importante. 
Ao contrário, quero ser bem clara desta vez!

Estou esperando os dias passarem pra esquecer.
Não vou mais negar coisas óbvias.
Estava sempre ali e eu fechei meus olhos, minha boca e deixei.

Não sei, nesse momento, o motivo de ter me apaixonado 
Sei muito bem que nesse minuto, se esvaiu. 
Estou lhe jogando fora, meu bem.

Junto com você, estão indo todas,
Todas as lágrimas que cairiam no passar dos dias por você
Uma a uma, sem vergonha de caírem agora

O que eu te dei foi muito mais do que carinho, amor
Eu dei respeito, com boas verdades 
E não merecia um décimo da falta de respeito que é você.

As pessoas com as quais me relacionei
eram pessoas dignas.
Por isso não sei onde você se encaixa...

Inapreciável, desumana, fria, baixa
Como pode você, ignorar os fatos e ser natural,
Esfregando na minha cara a sua atual felicidade de viver

Eu não disse que seria difícil?
Então por favor, me respeitasse.
Agora perdeu a razão, estou enojada da sua feição de alegria

E peço com fé a Deus, para que não volte
Porque se voltar... meu bem, se voltar
Vai ter a resposta a altura do meu  





quarta-feira, novembro 09, 2011

Do dia 9 de novembro.

Vamos parar o tempo agora! Atingi o meu máximo, estou no pico da montanha.
Então parem o tempo, quero viver.
Que o dia seja exatamente assim, com sol forte e chuva rápida. Sol pra dar vida, chuva pra refrescar. Exatamente assim, dia produtivo, corrido e com prazer. Muito prazer de viver.
Que as pessoas que me cercam sejam essas. Exatamente essas que digo. Mesmo existindo várias outras excepcionais, contudo essas que conquistei são as necessárias pra agora.
Que meus passos sejam dados assim, sem muita calma e sem muita pressa, apenas passos. Passos dados com certeza, passos precisos e leves.
Quanto ao meu amor, que seja o que tenho. A maior certeza do meu estado de espírito, com toda certeza, é graças a esse amor, e claro, a melhor parte disso tudo.
E a minha energia, que estagne, nem lá, nem cá. Que não abaixe para que eu conclua tantas ideias, e que não aumente para que eu não exploda.
Que eu seja exatamente assim todos os dias.
Eu, sem metades. Sem medo de repressão, rótulos ou gritos. Agora sei, o meu silêncio dirá muito mais.
Já passaram nove minutos. Alguém me escutou? Será que não fui clara?
Alguém, por favor, pare o tempo!

domingo, outubro 30, 2011

(des) Abafo.

Sempre corri de amores.
Corria pra longe onde ninguém pudesse ver.
Corria desses amores e não queria que os outros notassem.
Seria entendido como medo. Não era medo.
Era conhecimento excessivo deste meu lado - se é que devo chamar de lado ao invés de parte quase inteira- que me faz fugir.
Sou daquelas que quando é pra se entregar, não aceita.
Fecha os olhos, nega, dá quatro passos pra trás
e diz "não é sua culpa, é minha".
Sou daquelas que quando aparece alguém muito encantadora, desiste.
Acha que é sonho, mentira, já desconfia e vai embora.
O problema maior em mim era isso,
minha mania de bloqueios, meu vício por controlar emoções.
Sempre soube muito bem meus motivos e razões para me mostrar assim e nunca saí da linha.
Mas esses dias me senti diferente,
já havia notado mas me auto sabotei.
Deixei acontecer.
Agora fica claro o porque me escondo, o porque corro pra longe.
Perceba minhas armaduras... Estão todas jogadas, deixadas pra lá.
Me esqueço de mim, das minhas defesas, fico aberta
e baixo a guarda como sempre aprendi que não se pode fazer.
Tudo porque deixei acontecer,
aos poucos,
aos muitos...
É porque sei que sou dessas.
Sou dessas que quando decide dar a mão, dá logo o corpo inteiro.
Sem base nem estrutura.
Sou dessas descontroladas,
nervosas e ansiosas
que gostam de beber pessimismo,
comer dúvidas
e sobreviver de suposições.
Ficando louca... cada vez mais louca...







de amor.

sábado, setembro 17, 2011

Ser assim.

Eu to levando tanta fé, mas tanta fé, que me apaixonei.
Não tenho histórias pra contar, detalhes pra lembrar, momentos inesquecíveis nem melodias. Mas tenho vontade de viver mil histórias, notar cada detalhe, te conquistar diariamente e fazer três, até quatro músicas pra você.
Não sei se foi o caminho mais seguro, mas aceitei todo e qualquer pedaço em você, sendo ou não o que eu queria, e passei a querer. Eu realmente me apaixonei por você. Por este seu 'eu'.
E se não der certo, eu já estou tão feliz.
Se não for como planejo, me entregarei para a solidão por uns tempos.
Agora, tudo o que quero é curtir você. Seja ausente ou presente.
Se for ao meu lado, melhor. Se for longe, curtirei minha tristeza, independente.
Eu quero passar um tempo pensando em você.
Passar um tempo tentando ser o melhor pra você.
E se não for tudo perfeito, a gente dá um jeito...
Eu estou voluntariamente apaixonada por você.

segunda-feira, setembro 05, 2011

Do estar.

A minha mente mesmo já não quer parar de pensar.
Se ela para, meu corpo também para de sentir.
[E não há nenhum lucro com isso.]

Eu dou voltas e voltas pra tentar me reencaixar outra vez.
Esse lado meu nem é dos que eu mais aprecio.
[Embora seja o mais proveitoso.]

É mais. Muito mais do que isso de querer e desejar.
É querer e desejar e conseguir e fazer e voltar a querer.
[Totalmente sexual.]

Só de olhar fica bamba a vista, a perna, a corda...
Ainda que eu tentasse segurar seria inútil.
[Pêga em flagrante no próprio olhar.]

segunda-feira, agosto 29, 2011

Se não oito, então oitenta.

Sabe a técnica do inverso?
Vou usar!

Você tem uma vontade imensa de alguma coisa, torce pra dar certo de todas as formas, faz promessa, juramento, põe incenso, muda a conduta, troca de conceitos, muda a cor do olho, de amigo, seja lá do que for
e no final nada funciona, tudo que você fez foi em vão. A energia, a vida... elas não querem te ajudar.
Daí você pensa: da próxima vez vou torcer contra, pra ver se dá certo!

Pois é exatamente disso que estou falando. Da técnica do inverso.
Vou deixar pra lá, fazer pouco caso das coisas, e se eu entrar em furadas, já vou ter em mente que não vai dar futuro. Simplesmente deixar fluir, sem torcer pra dar certo, até porque tem horas que não é o seu querer que vai mudar alguma coisa.
Se as coisas acontecem como são pra acontecer, então que seja.

Não que dure pra sempre esse meu estado,
mas é a minha nova fase de vida.

segunda-feira, agosto 01, 2011

Tomada 2, aaação!

Ultimamente sinto a presença de pessoas que não estão mais por aqui...
pessoas que partiram daqui pra melhor (espero).
Parece que o mundo lá fora gira, gira e as coisas acontecem, e todo mundo continua vivendo, mas eu, fico só olhando de dentro...
olhando de dentro o mundo lá fora. Exatamente como se eu estivesse num outro plano. As vezes mais leve, as vezes pesada, as vezes contente, as vezes ausente...
E acho que é justamente a inconstância que me proíbe de sair, meter as caras na vida que continua lá fora.
Nem eu sei qual seria minha reação ou se eu conseguiria facilmente...
É como se fosse tanta coisa esclarecida e outras, ao mesmo tempo, tão obscuras, que acabam por me deixar imóvel, vendo a vida passar e esperando um brecha pra entrar outra vez. Voltar pro mundo como se estivesse entrando num jogo de pular corda. Espera o momento certo e vai... depois de entrar é só continuar pulando...

terça-feira, julho 26, 2011

Apelo.

É sempre assim para mim.
Eu perco algumas oportunidades que, após perder,
transformam-se tardiamente em necessárias.
Não é falta de sentir. É falta de mostrar.

Tenho uma constatação a pouco concluída:
De acordo com o sentimento, vai minha robotização.
Quanto mais eu sinto, mais medo tenho de sentir e mais ainda perco a naturalidade.
E aqui estou eu, justificando meus erros da forma mais sincera,
já que justifico para mim mesma.
Não acho que as outras pessoas precisem escutar meus motivos.
Ou talvez eu não tenha coragem mesmo de abrir o que mantenho bem oculto, bem fechado...

Coragem é assim, dá e passa.
Ou aproveita o momento, ou passa.
O próprio texto que era pra ser implícito, nas entrelinhas,
devido ao aproveitamento instantâneo de coragem, ficou assim,
óbvio.

segunda-feira, junho 20, 2011

Férias dessa realidade.

Vou me distanciar um pouco. Talvez seja isso mesmo.
Talvez minhas energias precisem se renovar.
E precisam mesmo!!!
Todas estas idéias e dúvidas e questionamentos e certezas que andam me enlouquecendo precisam, de uma vez por todas, serem colocadas em seus devidos lugares.
Ainda que seja contra minha vontade, ando sem esperanças. As pessoas são realmente brochantes quando se espera alguma coisa delas.
E quando você cansa e procura alguém pra estar contigo, alguém a altura, aí sim fica realmente descrente da vida.
Não precisa de beleza, precisa de cultura.
Não precisa ser nada demais, apenas usar bons perfumes.
Coisas simples, detalhes.
Acho que ultimamente me faltam detalhes.
As coisas estão simplesmente acontecendo. Estão sendo jogadas, sem prévia de chegada e vão sem despedida...
Me faltam aqueles leves detalhes, coisas pequenas que são muito bem lembradas algum dia e que sem elas fica tudo assim... uma escultura pronta sem lapidar aqui e ali.
Eu definitivamente preciso me retirar... me lembrar que os pés permanecem sempre no chão...
Não dá pra sonhar muito por aqui por este planeta...

terça-feira, junho 07, 2011

11 de setembro.

(notem o caderno na mão do Nerd - photoshop)

As vezes essa história vem em mente, e é triste, é vergonhoso que existam pessoas que acreditem nisso tudo.
Triste e vergonhoso a forma como pessoas são tratadas como brinquedos, como se não houvesse uma vida, uma história por trás de cada um que pagou o pato dessa história.
É mais triste ainda saber que até na internet, uma coisa pública, existem várias provas, vários fatos, estudos publicados e mesmo assim, nada muda.
Existe alguém que realmente acredita em Osama Bin Laden? 
É como acreditar em contos de fadas!
Não só não morreu como nunca nasceu.
Não existe, nunca existiu e tem outro nome -
- Chama: Mídia.

Cuidadosamente planejado, forjado, estudado e feito, a sangue frio. 

Em tempos como o de agora, lucro era Hitler. 
Matou, mas bateu no peito suas façanhas.
Triste é ter que aceitar alguém que mata,
põe a culpa num amigo imaginário e chora publicamente
a perda de seus cidadãos com a maior falta de vergonha na cara. 
É o mesmo que ser morto e ter o assassino chorando em seu enterro.
É um Judas, que só não beijou os lábios de cada um que morreu por não ter condições.

Ainda que ele vá para o inferno, sofra, queime pouco a pouco no pior dos fogos, acho que é pouco. 
Não consigo sequer imaginar algo a altura de suas maldades. 
Não existe perdão a quem engana pessoas tão abaladas que se deixam acreditar neste circo montado.



Observações.

Sabe aquela opção do Word?
'Criar nova página'
Então...
podia ter um 'Criar nova vida'.

sábado, junho 04, 2011

Ao invés de igualar, somar.

Não,
você não precisa encontrar no outro, o seu complemento.

Isso de sair na busca de alguém que te complete é exatamente o que estraga a relação.
Alguém deve ter dito isso algum dia e por ser bonito, se transformou em dito popular e foco das pessoas.
Esse tal de "Procuro alguém que me complete" além de fora de moda, está errado!

Se você precisa de complemento  é porque está te faltando algo. É justamente aí que está o erro.
Você precisa estar inteiro para se relacionar com alguém. 

Fazer com que a pessoa ao invés de te completar, apenas te acrescente.

segunda-feira, maio 16, 2011

conversa.

- mas então amiga, como vai?
- vou bem... hoje que não estou em equilíbrio.
- mas porque?
- falta.
- de amor?
- não. de respostas.
- mas então, tem amor?
- também não, mas o problema não é a causa. É o motivo da causa, e é justamente aí que me perco.
- e dói?
- sufoca. tira o ar. mas tira mesmo, ao ponto de doer.
- vai desistir?
- seria bobagem fingir isto, e agora não há condições de desistir.
- mas é amor?
- é falta dele.
- e porque não procura outro?
- porque queria entender o motivo deste não dar certo.
- mas se só quer a resposta, porque não pergunta?
- porque perguntar invade o espaço que foi estabelecido.
- e qual a pergunta?
- Nunca?
- É só isso a pergunta? 
- É...
Mas como assim 'nunca'?
- É que eu já entendi que não vamos ficar juntas. Queria só ter certeza se quando disse que não, quis dizer agora ou quis dizer nunca.

domingo, maio 01, 2011

Quem procura pode não achar.

Acordou decidida.
Precisava mostrar o quanto havia mudado. Mostrar que tinha arrancado todos os seus espinhos. 
Ia atrás de todos os seus primeiros e segundos  e terceiros amores.
Leu em alguma pesquisa sem muita credibilidade que os maiores amores são conhecidos na infância. Juntou suas informações, colocou numa pasta como se fosse ali, algum documento de trabalho importante e foi.
Depois de algumas semanas, voltou. 
Pegou seu caderninho azul, desajeitado por muito uso, e fez suas anotações. Colocou nas páginas do final (só queria mesmo um rascunho) e deixou anotado:

"Algumas coisas não servem mais, você sabe.
É como buscar no fundo da gaveta uma roupa antiga. 
Embora tenha servido muito bem, hoje já não serve mais.
E não. Não importa o quanto você se esforce para isso.
A roupa pode entrar, mas não cabe mais.
Pode até enganar a princípio, mas não dá mais.

Fui buscar algumas coisas no meu passado.
Assim mesmo que fui ensinada:
A não deixar pra trás quem um dia me fez sorrir.
Fui recebida com festas, enquanto pensavam que era visita.
Fui expulsa aos gritos, quando descobriram que eu queria ficar.
Descobriram minhas intenções e não me deixaram explicar.
Explicar que, quem fui um dia,
Mandou quem sou hoje, para se desculpar.

Meus amores passados não acreditam
que exista volta para o que fui um dia.
Meus amores presentes não dão
a mínima pra quem sou hoje.
Meus amores futuros só se tornariam amores
se soubessem da singela transição
que fiz de um canto ao outro
pra tentar me moldar e me adequar 
e poder ser o 'Maior amor da vida deles também..."

quinta-feira, abril 21, 2011

Mas quem é ela?


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Queira licença para um desabafo:
Eu estou de luto porque minha sociedade me criou assim, e eu lamento a perda de uma criança.
Mas desejo luz a mesma e que ela encontre no céu o que ela se cansaria de procurar aqui.
[Luto ao Noah, 12 dias de vida, que já partiu e deixou rápido seu recado.
Afilhado, sobrinho, amor que nao deixará de ser.]

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Uma partida de Futebol.
          Outra vez ela vê passar aos olhos algumas coisas da vida. Outra vez ela é pega de surpresa com uma notícia e se machuca. Mais uma vez ela pensa que vai aguentar e não controla. E então ela chora. Abraça o amigo e chora.
É tanta falta de apego, tanta falta de carinho, tanto desperdício de amor, que hoje em dia só vive nesse mundo quem tem falha no aprendizado depois de algumas vidas. Só vem pra esse mundo quem realmente precisa. Não é mais uma forma de presentear, mas sim de castigar.
          Ela sente asco, nojo, quando pensa nisso. Ela quer mudar e se fazer entender. Ela realmente chora a dor das pessoas e realmente tem uma paz muito grande a oferecer pra quem quiser ganhar. Mas quem é ela?
É tanta gente no mundo... É como se fosse uma partida de futebol entre o lado do bem e o do mal, só que todos ficam na arquibancada do mal, mas torcendo para o bem. Todos preferem a arquibancada do mal porque é mais fácil, sem organização... mas quando o mal faz gol, a torcida se revolta e quer justiça, porque são do bem. Sinceramente, quero ver quando terminar o jogo e o mal estiver na frente, com goleada, quem vai poder dizer que torceu pro time do coração, se vestiu outra camisa o jogo inteiro.
          De que adianta dizer quem é ela? Que traz tanta paz? Bom... ela está ali no meio da arquibancada, rouca de gritar, cansada de torcer, mas torcendo com alguns outros que ainda vestem a camisa do time do coração.
A população ou pelo menos a minha sociedade cansou de tentar ser. Cansou de tentar fazer. Cansou de tudo que exija esforço e fé. Só mesmo o que importa hoje, são os aproximadamente 85 anos que cada um vai viver, nada importa antes ou depois disso.
Por isso hoje, quando perdemos alguém neste mundo, devemos entender que talvez a pessoa fosse tão boa, mas tão boa, que não merecia mais passar por isso aqui.

domingo, abril 17, 2011

Em tempos de melancolia, textos se tornam cartas.

Deve ser isso mesmo.
Estou predestinada a sofrer por um tempo da minha vida.
Talvez porque seja forma de aprendizado.
Talvez porque já fiz sofrer em demasia.
Talvez porque seja assim e ponto.
Ando tão tranquila, pacífica, que não me dói mais.
Tá certo, assumo que fere, mas não dói como antes.
Eu não quero mais nadar contra maré nenhuma.
E eu até luto, mas luto pelo que for necessário.
Vou lutar quando doer na espinha ver partir, ver acabar,
quando faltar o ar, quando doer novamente.
Mas ultimamente não dói mais. Eu apenas deixo fluir.
O que é meu, está guardado. Tem que estar!
Do contrário, posso prever minha permanente solidão por uns tempos.

terça-feira, abril 12, 2011

Texto pra quem o merece.

Eu que nunca acreditei em amor a primeira vista, amei.
Eu que nunca acreditei no destino, não via outra saída.
Eu que nunca acreditei em mim, levei realmente fé.
Aí vocês, sem a menor pena,
sem nem sequer me perguntarem das minhas intenções,
vão em ordem,
dando suas respectivas cortadas no que eu tentava iniciar ali.
E eu tenho dito: era real e sincero.
Me doei, não sei como, mas me doei pra vocês.
E quando uma rejeitou, vi aquela outra, que esteve sempre lá.
Mas não fazia diferença. Até quem sempre quis, não queria mais.
Enquanto fui lixo, me reciclavam.
Quando tive valor, não queriam mais.
Ok pessoal. Estou indo embora.
A doce moça está de partida.
A sincera garota se prepara pro adeus.
Em breve volto outra. 
Voltarei Sem Pudor.
Volto, embora triste, a ser como antes.
E quando me perguntarem o porque de tanto desapego,
terei a resposta na ponta da língua:
Por desperdício de mim.

sábado, abril 02, 2011

Vambora?

Vambora comigo?


Vambora mulher,
que eu te levo lá pra longe da cidade e te escondo de todo mundo.
Te mostro só pra mim, tomo posse e coloco música pra tocar bem baixinho, sem esconder o cantar dos pássaros lá fora, dando melodia ao amanhecer.
E só eu e você.
Absolutamente o que é necessário,
até porque eu, ah... em que me torno ao teu lado?
Me liberto, fico totalmente estagnada de paixão, como criança que não vê maldade...
Como a gente que não tem maldade.


É apenas isso. Querer e pensar.
E quando pensar em esquecer de vez, já lembrar de novo e voltar ao princípio de querer.

Linda! Exatamente como idealizei por aí.
Que além de existir, tem mais... me faz ser, me quer bem.


Embora melancólico, não largo.
É puro e é tanto que não seria fino da minha parte desistir.


Mas então mulher, vambora?
Vambora de vez comigo?

sábado, fevereiro 05, 2011

meu amigo...

Não sei se vou ser boa o bastante
Para me expressar
Sei que fui boa o bastante com a gente.
Agora, sei que reconhecimento é foda.

Não sei se outras pessoas quaisquer
Ficariam tão impressionadas
Sei que eu fiquei
E agora, vejo que preciso reavaliar.

Eu sei que tentei e fiz tudo certo até agora
Ou quase certo
E sendo certo
Agora estou disposta a errar

Porque meu amigo,
Tem uma hora que CANSA.

Tem uma hora que cansa
Ficar decepcionado.
Talvez a solução seja
Esperar sempre menos das pessoas.

Deve ser por isso que do nada
Algumas pessoas precisam malhar
Outras estudar ou trabalhar
Ou até mesmo ler um outro livro.

Porque meu amigo...

Tem horas que cansa!

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Carta pra daqui algum tempo.

Olá, como está?
Eu estou bem, cheia de coisas a fazer, mas estou bem.
Bom...
o propósito mesmo de vir até aqui é dizer o quão feliz eu vou te fazer.
Embora o mundo tenha virado as costas pra você e tudo esteja mais difícil e complicado, eu vou te fazer muito feliz.
Acho que assim que te conheci, senti que não seria só um 'conhecer'.
Assim que te beijei, senti que não pararia por ali.
E não fui tão prática como me exigiram nem soltei indiretas como devia.
Não fiz porque sabia que com calma, chegaria ao meu objetivo.
E que fique claro que meu objetivo é este: te fazer feliz.


Fiz a carta com antecedência pra poder te mostrar depois,
que todo esse tempo foi destinado a fazer bonito, não deixar a desejar, te fazer sorrir e me deixar feliz.
E é tudo tão forte, mas tão forte,
Que eu queria te dar a certeza que Antes, eu já sabia do Depois.




C. P. D. A. T.[d.e.]

segunda-feira, janeiro 10, 2011

em algum lugar muito distante...

Jogo de cores, som nas alturas, areia vibrando positividade e uma energia boa, uma energia realmente Boa no ar.
Na outra virada de ano, senti um aperto forte misto de emoção e dor e chorei.
Defini ali, naquele momento, meu ano. Regado de descobertas e reprovações e aprovações e barreiras e lágrimas.
Venci.
Consegui de alguma forma segurar as pontas ou talvez não tenha conseguido segurar nada, mas de uma forma ou de outra, cheguei ao fim.
Virada de 2010 pra 2011 senti uma paz tão grande que me calei. Apenas pulava de felicidade e olhava as pessoas ao meu redor sentindo toda aquela paz que eu sentia também.
Defini ali, naquele momento, meu ano.
Que este ano venha com muita calma, chegando de mansinho, oferecendo paz a quem passar.
Eu sinceramente só peço que essa paz permaneça ao meu lado.