quinta-feira, junho 28, 2012

por hora...

Tem hora que dá vontade de largar toda essa caretice de futuro promissor. Ta em falta no mercado o reconhecimento, e não que eu exija excessos de gratificação, mas as vezes da preguiça de responder quem pouco sabe e mesmo assim fala da sua vida. Daí eu deito na minha cama, olho pro lado e penso: que fuzuê que isso se transformou! Mas sequer tenho vontade de me movimentar, nem  meus dedos. Nada, nada. Até porque minhas pernas estão com dores idosas musculares e etc por culpa dessa semana corrida que eu acabei de passar. E posso garantir que só me deitei agora por preguiça de pensar na minha próxima semana que será muito pior. Só de pensar em terminar algum trabalho pendente eu ja penso em tantos outros que eu poderia ir adiantando desde já e tudo isso é um ciclo sem fim. Responsabilidade é assim: você começa a ter e depois,  qualquer piso seu em falso é o bastante pra se diminuir um tanto quanto. Eu gosto do que faço, eu gosto do que sou e sonho com o que pretendo me tornar, mas porra.... tem hora que essa caretice toda, vai a favor dos meus ideais e contra meu amor próprio.

sábado, junho 23, 2012

f- al.tad.efo.c.o

Já faltava bem pouquinho pra gente dormir. Bem quando os olhos procuram a coberta e também se certificam do horário marcado no despertador. Eu já nem pensava em mais nada até que, só por olhar, passei minha vista por ela... E lá estava, sorrindo pra ninguém ver, de canto de boca, pensando em alguma coisa que, quisera eu saber o nome. Parecia que naquele momento ela não estava ali, com um misto de sentimentos que, por hora, doía imaginar, mas que quando ela reagia de alguma forma pra essa coisa que tanto brilhava em seus olhos, tantas idas e voltas e trocas, acertos e consertos e olhares sem foco algum, parecia que naquele momento ela conseguia juntar todas as peças aos poucos e sorria... deixava escapar essa espécie de reação por si própria. Era a plateia da sua própria vida. Enxergava a vida toda passando ali, justamente na falta de foco que seu olhar tinha conquistado e eu, que por algum acaso, notei tudo isso. Passaram uns instantes, ela suspirou com os olhos fechados e essa coisa parecia difícil também. Tantas coisas deixadas pra trás e que agora ela percebia ali, na sua falta de foco. Eu até pensei em perguntar se estava tudo bem, mas estava tudo bem. As coisas nem sempre são tão simples e nenhuma resposta poderia ter complexidade o bastante para aquele olhar dela. Eu me virei e não falei nada. Acredito que falar seria invadir demais, levando em consideração que ela tinha  percebido que alguém a observava voar por aí, vulcões à dentro. O colchão, pra você ter ideia, dava pequenas tremidinhas a medida que ela tentava controlar suas lágrimas teimosas. Eu fiquei calada. Quase não respirava. Ela estava ali, bem do meu lado e eu sabia que podia abraçar, mas não era hora. Ela estava num abraço que não era meu, mas que fazia todo sentido.

domingo, junho 10, 2012

só por refletir...

Quanto mais você aprende a ser forte,
maiores são os obstáculos.
Quanto mais você abre seus olhos,
mais coisas vai ver.
Não é uma questão de passar de nível e concluir a fase.
É uma questão de subir um degrau
e ver o resto de uma escadaria pela frente.

quarta-feira, junho 06, 2012

Por decreto.

Várias vezes, a noite, eu escuto pessoas gritando. Talvez eu esteja escutando o que antes não percebia, quando era você quem gritava.
Naquelas noites que te devorei, com garfo e faca, não tinha  intenção de marcar seu corpo. Apenas de matar minha fome. Nos dias que escolhi cortar alguns pedaços seus sem avisar, não tinha a intenção de te prejudicar, apenas queria ter algumas partes e pedaços pra mim. Quando bebi seu sangue em taça de cristal, não queria o vinho, mas o sabor. E quando, enquanto dormia, eu roubei seus olhos, não foi para usá-los, mas sim para tê-los.
Ontem, quando saía de casa, te vi. Estava aberta, rasgada, porém diferente de todos estes meses, não sangrava mais e continuava a viver. Ainda que sem todos os pedaços que retirei, chamava a atenção dos outros e conseguia amor, carinho. Ontem, quando saia de casa, te vi e me surpreendi ao ponto de te desejar. Outra vez. Bastava um sinal meu, um aviso... um olhar. Mas não. Não posso chamar meu banquete toda vez que faz fome e então, decidi conter.
Hoje, quando acordei, pude sentir pela primeira vez o amor passando pelos meus poros e circulando com meu sangue, enconstando nas veias e saindo pela ponta dos fios do meu cabelo.  Quando me levantei, me deparei de cara com seus retalhos. Seus olhos me chamaram atenção ali, caídos... Os seus retalhos estão velhos e podres, mas o seus olhos ainda me veem.
Amanhã, quando você sair de casa, a cicatriz vai ser menor do que hoje. Em pouco tempo, ninguém mais vai ver tuas marcas e cortes. Os teus olhos, eu olhei ontem a noite inteira, era amor e hoje eu sei.
Amanhã mesmo, entrego tudo. E dói entregar porque sei que não vai recusar, mas quem sou eu pra falar de dor. Amanhã, na caixa de correios, os teus olhos, o garfo e faca.

Letras Cafonas.

Tem dias que acordo furacão.
Faço tudo furacão. Penso, faço, escuto e respiro.
Penso em nada, faço torto, escuto baixo e respiro... ofegante...
Parece falta de solução e é logo aí que eu te conto que é solução demais pra coisa pouca!
Voz gutural, saindo do peito.
Olheira na cara, falta de foco.
São meus sintomas indiscretos mostrando interferência no meu canal, digo logo, antes que falem que é doença. Essa mania de justificar todo sentimento, toda ação... parei com isso.
Meus momentos de encontro comigo mesma estão longe de ser estes que tento me justificar, por isso mesmo eu não deposito todos os meus créditos nessas pequenas palavras demonstrativas de mim.
Só que as vezes as palavras cansam de dormir e decidem sair pra ver o mundo... As minhas saem fantasiadas de letras.
Letras cafonas que permanecem nas vitrines por poucas semanas.