Quando eu falo de você e não deixo meus olhos explicarem
é porque sinto a necessidade de parecer um conto.
Ao tocar suas músicas, todas elas, e perceber meus parágrafos
eu falho e canso.
Desisto por própria vergonha de expor meu canto que,
por todos os ângulos, me parece pranto.
Se eu sonho e não conto é porque meus enganos
me tiram os panos que cobrem meus planos de anos.
Quando lembro e sorrio é meu martírio e, mesmo sabendo,
de frente pro rio eu engano a maré que sou eu.
Então vago na luz mais escura que ilumina as ruas e não se chama luar.
Ao dia caminho em corrida numa maratona vazia contra meu próprio pensar.
Se vacilo, me ponho raízes que ficam expostas pro meu próprio penar.
Os meus medos são meus preconceitos. Eu não posso ter zelo pelo que me tira o ar.
Invisível é bem o que sinto. Quando poem eu tiro só pra não reprisar.
Já faz tempo e com relógios lentos eu me atraso na hora de te acertar.
Se esqueço é só um barato. Eu te deixo de lado pra poder me centralizar.
O meu foco há dias é faca que me fura e me rasga pra me deixa vazar.
Quando eu encho eu não transbordo porque essa palavra é sinônimo de amar.
Quando encho, eu encho do vazio que eu não crio mas venho alimentar.
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