Precisava mostrar o quanto havia mudado. Mostrar que tinha arrancado todos os seus espinhos.
Ia atrás de todos os seus primeiros e segundos e terceiros amores.
Leu em alguma pesquisa sem muita credibilidade que os maiores amores são conhecidos na infância. Juntou suas informações, colocou numa pasta como se fosse ali, algum documento de trabalho importante e foi.
Depois de algumas semanas, voltou.
Pegou seu caderninho azul, desajeitado por muito uso, e fez suas anotações. Colocou nas páginas do final (só queria mesmo um rascunho) e deixou anotado:
"Algumas coisas não servem mais, você sabe.
É como buscar no fundo da gaveta uma roupa antiga.
Embora tenha servido muito bem, hoje já não serve mais.
E não. Não importa o quanto você se esforce para isso.
A roupa pode entrar, mas não cabe mais.
Pode até enganar a princípio, mas não dá mais.
Fui buscar algumas coisas no meu passado.
Assim mesmo que fui ensinada:
A não deixar pra trás quem um dia me fez sorrir.
A não deixar pra trás quem um dia me fez sorrir.
Fui recebida com festas, enquanto pensavam que era visita.
Fui expulsa aos gritos, quando descobriram que eu queria ficar.
Descobriram minhas intenções e não me deixaram explicar.
Explicar que, quem fui um dia,
Mandou quem sou hoje, para se desculpar.
Mandou quem sou hoje, para se desculpar.
Meus amores passados não acreditam
que exista volta para o que fui um dia.
que exista volta para o que fui um dia.
Meus amores presentes não dão
a mínima pra quem sou hoje.
a mínima pra quem sou hoje.
Meus amores futuros só se tornariam amores
se soubessem da singela transição
se soubessem da singela transição
que fiz de um canto ao outro
pra tentar me moldar e me adequar
pra tentar me moldar e me adequar
e poder ser o 'Maior amor da vida deles também..."
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