domingo, julho 11, 2010

Domingo.

E então é domingo outra vez.
Domingo como todos os outros.
Domingo, pé de cachimbo, parado, cansado, com ressaca de ontem, e o dia que mais percebo o cantar dos pássaros lá fora.
Dia normal, mas que tinha tudo pra ser diferente, sendo como dentro da minha mente, crente que seria verdade.
Mas quem és tu realmente? Existe de fato ou eu mesma te inventei?
Creio que peguei teu molde, teus traços, olhares e outras coisas que ainda me recordo e te fabriquei outra vez. Coloquei frases em sua boca, inventei os seus pensamentos e te fiz me querer. Estava perfeita vista de qualquer ângulo, desde que, vista por mim.
Mas te fabriquei e acreditei que tu andavas por aí, perdida, a me procurar, entretanto perdida estava eu, estatelada de paixão em excesso, me esquecendo que a fabricação era somente para minha imaginação e nada mais. E embora eu pudesse, sem esforço, sentir teu cheiro, imaginar tua voz, te enxergar[ainda que mentalmente], eu não poderia tocá-la, ou pior, eu não poderia te ter para sempre, porque 'o pra sempre, sempre acaba'. Mesmo se tratando de uma imaginação fértil ou de um desejo tão forte, que me supera a sanidade.

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